12. DE MÉDICO E DE LOUCO TODOS TEMOS UM POUCO

Toda a gente pode ser uma coisa e o seu oposto.

A expressão de hoje apresenta duas variedade: De génio e de louco, todos temos um pouco e De médico e de louco, todos temos um pouco.  

Muitas frases idiomáticas resultam da sabedoria popular, ou melhor dizendo da constatação de algo que acontece frequentemente ou de situação recorrente. Por muito racionais que sejam, os seres humanos têm por vezes comportamento que podem ser considerados irracionais ou completamente alheados da realidade. Temos também momentos em que nos surpreendemos a nós próprios pela nossa capacidade de encontrar uma solução para um problema. Esta expressão idiomática faz referência precisamente a essa verdade popular, que reconhece que todas as pessoas à face da terra têm momentos de completa loucura em que dizem coisas ou se comportam irracionalmente e outros momentos em que dizemos e fazemos coisas absolutamente excepcionais ou geniais.

Parece-me interessantíssimo que as palavras “génio” e “médico” sejam ambas usadas nesta expressão.

Na realidade não é muito surpreendente que um médico possa ser equiparado a um génio. Se recuarmos no tempo, os médicos costumavam ser alquimistas e as pessoas que não compreendiam as suas “experiências” achavam que eram mágicos. Mágicos capazes de fazer coisas extraordinárias, inverosímeis até. A palavra “génio” tem inúmeras definições: pode ser um “espírito protector”, uma pessoa com um talento ou qualidade excepcional ou, em sentido figurando, um artista que teve um momento de grande inspiração e, de uma maneira ou outra, todas estas definições podem aplicar-se a um médico — uma pessoa com qualidades excepcionais e capaz de momentos de inspiração que lhe permitam ajudar a tratar ou proteger a saúde das pessoas.

Resumindo: a expressão é usada para descrever ou comentar uma situação em que uma pessoa se comporta de forma absolutamente excepcional ou, pelo contrário, reage de maneira irracional. Vejamos dois exemplos:

— Não compreendo a reação dele… O seu comportamento foi completamente irracional.
— Não sei porque te surpreendes… Já deveria saber que de médico e de louco, todos temos um pouco

 

— Já leste o livro O Estranho Caso do Dr. Jekyll e do Sr. Hyde?
— É um clássico da língua inglesa, não é?
— Sim, foi escrito por um escritor escocês chamado Robert Louis Stevenson e publicado em 1886.
— E é sobre quê??
— Olha, descreve como De médico e de louco, todos temos um pouco — literalmente.

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